O Brasil é o segundo país no mundo com mais casos de hanseníase, atrás apenas da Índia, e registra por ano 30 mil novos pacientes com a doença. O problema tem cura, mas precisa ser identificado no início para não gerar agravamento da condição ou sequelas graves.
O principal sintoma da doença é a falta de sensibilidade à dor e à ardência na pele. Áreas com mancha, dormência ou insensibilidade são consideradas suspeitas e precisam ser avaliadas por especialistas. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Heitor Gonçalves, alerta que a multiplicação da bactéria que causa a doença é bastante lenta, dura entre dois e 10 anos, e atinge muitas crianças e jovens.
A identificação da doença é muito importante para evitar o agravamento dos sintomas. Em 30% dos casos, foi identificada incapacidade física, como perda de força ou da sensibilidade, e deformidades nas mãos, nos pés e até nos olhos.
O tratamento é feito com medicação e dura ao menos seis meses. O atendimento está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Sem preconceito
Apesar do preconceito, a transmissão da doença ocorre em menos da metade dos casos e não acontece pelo toque. É preciso que o paciente tenha um ferimento na pele e a outra pessoa também, e que os dois ferimentos se encostem. A principal forma de transmissão, no entanto, é a tosse.
A primeira dose de medicação já anula o risco de transmissão da doença.